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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Rock in Rio 2011 e as suas lições









O Rock in Rio 2011,tal como aconteceu em sua primeira edição em 1985,nos deixa lições seminais a respeito da indústria musical brasileira:em 1985 o festival obrigou os artistas brasileiros a fazer apresentações mais profissionais,especialmente,sob o ponto de vista tecnológico,e,consequentemente,pôs o Brasil definitivamente na rota das turnês dos grandes astros da música mundial;já a edição do festival deste ano(2011),por conta da livre e democrática circulação de informações(produzidas inclusive por qualquer um-portanto livres da contaminação dos interesses mais classistas)nos mostrou que a música pop brasileira anda sendo leiloada por poucos.

A já esperada rejeição,por exemplo à artistas como a Cláudia Leitte(que a rigor,fez ,sim, um grande show) e o seu som de micareta e que fez com que a sua colega de trio elétrico e farra baiana tomasse providências bem práticas(e discretas)como promover(ou facilitar)a vinda em massa de seus(merecidos)fãs-clube para a cidade do rock que junto à uma platéia vip(como o apresentador Luciano Huck-ex da própria Ivete- e senhora)ocupassem a fila do gargarejo,blindando com carinho a sua rainha de qualquer eventual manifestação mais mal-criada da malta roqueira.

Mas é aí é que reside o problema!A Ivete,tal como a Claudia Leitte,fez um grande show(dentro dos limites da estética micareteira.E só.).Mas onde é que estava a música?A grande arte contundente?E a novidade?Quer dizer que para fazer música neste país o único pré requisito agora é o de ter amigos bacanas e generosos,como um Luciano Huck da vida?Ter amigos na imprensa que tentam te igualar(apesar de ser inferior)a uma artista magistral como a Shakira?A colombiana conseguiu romper barreiras e preconceitos culturais e venceu na América!Por que a Ivete Sangallo ou a Claudia Leitte ou mesmo o Capital Inicial ou Jota Quest ou o Skank(além da Shakira a banda de pop rock mexicana Maná também conquistou a América!)não serão jamais ícones internacionais?

Simples:eles são mais mercadores e marqueteiros que artistas!Jamais se arriscarão na confecção de uma nova arte.Até porque toda nova arte é subversiva.Uma nova arte,especialmente no caso brasileiro, deveria ir na direção de coisas feitas por uma Rihanna,por exemplo.Mas você acha que essa gente,que representa o que existe de mais sujo e sombrio na elite,é favorável à uma crioulinha cheia de charme e talento legítimo empunhando um microfone,conduzindo milhões de fãs e ganhando os milhões de dólares gerados pelo show bis?
Huuuum...

Hoje a rebeldia e o novo(e por favor,não acredite no preconceito que a grande mídia conseguiu te introjetar)estão muito mais bem representados nos jovens que fazem funk(sexual ou proibidão)e nas bandas andróginas dos coloridos.Para mim um cara como um Mr Catra,ou a Mc Novinha da Bc(da Zn também!),além da banda Restart e Cine são muito mais “zica”!Tal como a Kate Perry,a Rihanna,o System of Down,o Slipktnot,a grande Pitty(uma baiana que precisou sair da sua terra para poder ser feliz com o seu Rock n' Roll muuuuuito superior ao axé-máfia criminosamente praticado na sua Salvador),dentre outros artistas que se apresentaram neste Rock in Rio ,que estão sempre inovando(e até inventando novas estéticas)é quem deveriam ser aclamados como grandes artistas porque fazem arte e não marketing para encher os próprios bolsos de dinheiro!

Agora cabe a você,fanfarrão,roqueiro ou não,a decisão de daqui a 10 ou 20 anos continuar aturando “artistas” como Ivete Sangallo,Claudia Leitte,Jota Quest ou Capital Inicial como atrações principais de um festival onde os gringos nos venceram por goleada no quesito artístico .
Deixemos os interesses vis e mercantis de lado para abraçar,sem medo,a arte pura e verdadeira.Voltemos a ser grandes de novo,já!Ivete Sangallo usa esquemas para não pagar direitos

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